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PRAÇA JÚLIO PRESTES, Nº 16
01218 020 | SÃO PAULO - SP
+55 11 3367 9500
SEG A SEX – DAS 9h ÀS 18h
17
ago 2016
quarta-feira 19h30 Concertos a Preço Popular
Osesp: Apresentação Especial Pré-Concertos Internacionais


Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo
Marin Alsop regente


Programação
Sujeita a
Alterações
Marlos NOBRE
Kabbalah, Op.96
Heitor VILLA-LOBOS
Bachianas Brasileiras nº 4: Prelúdio
Sergei RACHMANINOV
Danças Sinfônicas, Op.45

 

Bis da Orquestra 

 

Heitor VILLA-LOBOS

Valsa da Dor

 

Edu LOBO

Pé de Vento

INGRESSOS
  R$ 15,00
  QUARTA-FEIRA 17/AGO/2016 19h30
Sala São Paulo
São Paulo-SP - Brasil
Notas de Programa

Um dos compositores brasileiros vivos mais atuantes, o premiadíssimo Marlos Nobre ocupa um lugar de destaque no cenário da música contemporânea mundial.

 

Nascido no Recife, estudou piano e teoria musical no Conservatório Pernambucano de Música e teve aulas de harmonia e contraponto com o Padre Jaime Diniz. Mas é no campo da composição que Marlos Nobre nos apresenta um naipe invejável de professores, como Hans-Joachim Koellreutter, Camargo Guarnieri, Alberto Ginastera, Olivier Messiaen, Riccardo Malipiero, Aaron Copland e Luigi Dallapiccola.

 

Kabbalah, escrita em 2004, tem por título uma palavra hebraica. Em tradução direta, significa “receber”. Refere-se ao estudo que prepara o homem para receber todos os graus e planos de vida como uma única realidade. É também uma teoria e prática milenares associadas ao emprego da numerologia e das letras.

 

Daí surge a possibilidade de sua relação com a criação musical: os números (quer sob forma de ritmos, compassos, tempos, ou andamentos) e as letras (que representam determinadas notas e acordes) serviram, em toda a história da música ocidental, de pretextos composicionais, representando também determinados simbolismos, como é o caso do “3” da maçonaria, da Trindade etc. Bartók utilizou em suas composições os números áureos (série de Fibonacci) e Bach os empregou em praticamente toda sua obra.

 

É nessa tradição que se insere a Kabbalah de Marlos Nobre. A obra foi estreada em 2004, no 35º Festival de Inverno de Campos de Jordão, pela Orquestra Acadêmica do Festival.

[2005]

EDUARDO SEINCMAN é compositor, autor, tradutor e editor na área musical, e professor da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo.

 

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A série de nove Bachianas Brasileiras concentra, num gesto unificado, elementos que o compositor já havia abordado em outras obras, mas ainda não tinha conseguido esmiuçar e concatenar de forma reconhecível. Ele filtrou o Bach que ouvira em sua infância, tomando-o como uma força cósmica que brota tal qual música folclórica universal. Assim, nessas suítes, em que cada movimento tem um título duplo — um remetendo ao folclore, outro, ao barroco —, Villa-Lobos conseguiu dar vazão ao seu interesse pelos paralelos entre as figurações barrocas e os desenhos melódicos do choro, pela simetria de construção, pela tonalidade alargada por toques modais, pelo contraponto intricado (mas sempre cheio de molejo e malícia), pela harmonização coral, pela sonoridade suntuosa das cordas e, acima de tudo, pela contínua entoação cantante, que faz dele um dos maiores melodistas do século xx. As Bachianas representam, para o ouvinte comum, a assinatura sonora de Villa-Lobos, a sua Mona Lisa; para a crítica mais adversa, elas são a demonstração de sua tendência ao kitsch e ao ufanismo grandiloquente.

 

As Bachianas nº 4, originalmente escritas para piano e orquestradas em 1941, trazem alguns dos maiores achados do compositor. O célebre “Prelúdio (Introdução)” emprega um desenho inconfundivelmente bachiano (confronte-se com a Oferenda Musical ou a Partita, BWV 830), num interminável tratamento sequencial, de efeito ao mesmo tempo lânguido e majestoso.

[2015]

FÁBIO ZANON é violonista, professor visitante na Royal Academy of Music e autor de Villa-Lobos (Série “Folha Explica”, Publifolha, 2009). Desde 2013, é o coordenador artístico-pedagógico do Festival de Inverno de Campos do Jordão.

 

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O saxofone alto, instrumento símbolo do mundo jazzístico, aparece no primeiro movimento das Danças Sinfônicas, de Sergei Rachmaninov — que de jazzista não tinha nada —, porém de maneira lírica e sóbria, talvez como um primo distante do fagote. Na bela peça do compositor russo, o papel de solista lírico é dado ao trompete, acompanhado com comovente singeleza por três clarinetes, numa espécie de “lamento-choro negro”.

 

Rachmaninov, mestre absoluto da tradição de orquestração russa, revela na sua obra derradeira (de 1940) uma escrita que abrange desde suas típicas harmonias amplas e modulantes até gestos bem rítmicos e angulares, associados à música de modernos conterrâneos, como Stravinsky e Prokofiev. É interessante pensar na profundidade religiosa das últimas obras de mestres como Strauss (Quatro Últimas Canções) e Beethoven (Missa Solemnis, últimas Sonatas e Quartetos): Rachmaninov nos deixa uma obra de leveza notável, de um bom humor contagiante, sem abrir mão da escrita densa e de refinado virtuosismo técnico.

[2014]

ANDRÉ MEHMARI é pianista e compositor